sábado, 21 de novembro de 1992

INFINITO SER

A última palavra
soluçada ao vento
como um clamor divino
um simples apelo humano.

O ar matutino,
a brisa no rosto pálido
a vontade de seguir,
um homem contra seu karma.

Uma flecha corta,
riscando seu traço,
um filete de sangue,
a marca no peito.

A vida se esvaindo
como que saindo em etapas,
a memória em turbilhão,
uma lágrima escapa ao olho.

A morte leve,
o fechar das pálpebras,
tombar completo,
união final.

O laço atado,
enfim fechado o ciclo
o espírito se eleva,
agora pronto para viver.