Aos primeiros raios de manhã
de um recomeço de vida
cobri ternamente teu corpo de seda
com a luz acolhedora do sol.
Teus cabelos de raro ouro brilharam
esparramados por entre fronhas de
ainda mais dourados.
E assim, enquanto tu dormias,
sorrindo tranqüila como menina-ninfeta,
acariciei e beijei-te bem devagar.
Contornei de desejos
tuas longas esguias curvas provocantes,
demarcadas de meio-tom moreno, ameno
à meia luz da manhã
de um começo de vontade
E tu foste se acendendo aos poucos,
pequenina flor frágil, forte e tenra carne
envolta sonolenta numa terna cantiga de ninar.
Encheu-se de viva-luz.
Teus pelos dourados de desejo
arrepiaram-se com prazer indisfarçável,
incontrolável, entre lençóis e lençóis.
E você se entregou, sorrindo, malícia,
sonhando acordada, cheia de sedução.
E, aos primeiros raios da manhã
de um começo de vida,
amei-te inteira.
Inteira te amei.