sábado, 21 de novembro de 1992

PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA E DESCORADA

A falta do que fazer
a falta do que dizer
a falta de vergonha
já não envergonha tanto.


Tanto quanto tolos
discursos esparsos
e juras e promessas
compressas na hipocrisia
que um dia elegeu o rei.


Hoje em dia, eu já não sei
se é mais decadente
aquele que mente
ou se é aquele que consente.


E a falta de coragem
da massa que se arrasta trôpega
na covardia de não lutar
já não faz mas falta.
O que falta, é vergonha na cara.


E assim, tudo se vê, nada se faz...
Corja indecente e sutil.
Pátria amada, idolatrada
e mãe gentil...